quarta-feira, 6 de junho de 2007

Obrigado Jean-Claude

Se não fosse o Jean-Claude, o que seria de nós?
Com o crescimento económico a disparar na zona euro (previsão de 2,6% em 2007) e com a inflação descontrolada (segundo as previsões pode atingir os 2% em 2007) precisávamos de alguém que pusesse ordem na "casa".
Esperemos que o nosso guardião da estabilidade de preços não se fique por este aumento. É que depois de 8 subidas da taxa de juro de referência, em ano e meio, de 2% em Novembro de 2005 para 4% em Junho de 2007, a economia na zona euro ainda teima em crescer.
Ansiamos para que as expectativas se confirmem e que o nosso Jean-Claude e o seu conselho de anciãos subam mesmo a taxa de juro até aos 4,5% até ao final do ano. É que já nos sentimos sufocados com tanta inflação e com tanto crescimento económico.

3 comentários:

Filipe Castro disse...

Economistas neo-liberais, astrologos e homeopatas sao sempre engracados, mas se os deixarmos mandar o mundo torna-se perigoso...

Rui disse...

O mandato que foi dado ao senhor foi de 2% decidido pelos governos eleitos.

O Sr. limita-se a fazer o trabalho para qual o pagam, não é ele o patrão.

Se estamos contrariados e queremos agradecer a alguém, devemos agradecer aos nossos governos.

Sobre os 2% é uma questão técnica em que há argumentos contra e a favor, mas relembro mais uma vez que é decidido pelos governos e não pelo Governador do Banco Central que se limita a cumprir o mandato.

Pedro Nuno Santos disse...

Caro Rui,

A zona euro não vive uma tensão inflacionista que justifique estes sucessivos aumentos da taxa de juro de referência. Não me parece que o mandato de Jean-Claude Trichet estivesse em causa se a sua orientação, em matéria de política monetária, fosse menos restritiva.

Mas tem razão quando refere, que em última instância, a responsabilidade é dos governos nacionais. Foram os governos dos países da zona euro que acordaram um estatuto para o BCE que lhe confere absoluta independência dos poderes políticos democráticos e como único objectivo de política económica a estabilidade de preços.

Os tais 2% de que fala não são uma questão técnica mas antes resultado de uma decisão política. Os líderes políticos da UE optaram por um modelo de sociedade com reduzida inflação e elevadas taxas de desemprego.

Combato e crítico a acção do governador do BCE, bem como o estatuto do mesmo. Mas combato, sobretudo, a ideologia dominante no pensamento económico que desistiu do pleno emprego como objectivo prioritário da política económica.