segunda-feira, 29 de outubro de 2007

A crise bem explicada

«A crise actual dos mercados de crédito, embora relativa a "objectos" novos, revela mais uma vez os ingredientes quimicamente puros do desastre, dando a quem quiser aproveitar a oportunidade mais uma ocasião para meditar nos "benefícios" da liberalização dos mercados de capitais (...) Convém lembrar, mesmo assim, que desde que esta começou a fazer estragos dificilmente se passaram mais de três anos sem um acidente de vulto, quase todos destinados a entrar nos livros de história económica: 1987, memorável bancarrota dos mercados de acções; 1990, bancarrota das junk bonds (obrigações de alto risco) e crise das Savings and Loans (caixas económicas norte-americanas); 1994, bancarrota obrigacionista estadunidense; 1997, primeira parte da crise financeira internacional (Tailândia, Coreia, Hong Kong); 1998, segunda parte (Rússia, Brasil); 2001-2003, explosão da bolha Internet... E eis-nos em 2007».

E eis-nos perante o artigo mais acessível, explicativo e profundo sobre o mais recente desastre do neoliberalismo. Escrito por Fréderic Lordon, um excelente economista heterodoxo francês, é a prova de que a crise só pode ser adequadamente pensada fora da teoria económica dominante. Publicado em Setembro de 2007 no Le Monde Diplomatique e agora disponível no site da edição portuguesa. É que a crise veio mesmo para ficar.

1 comentário:

José M. Sousa disse...

A catastrophe foretold
Paul Krugman on the US subprime crisis

http://www.iht.com/articles/2007/10/26/opinion/edkrugman.php?WT.mc_id=newsalert