domingo, 9 de dezembro de 2007

O que é que passa pela cabeça dos dirigentes africanos que abandonam as conferências a meio?

Abdoulaye Wade, presidente de um dos países africanos que insistem em acreditar que a democracia e o desenvolvimento económico são possíveis em África, abandonou há pouco a cimeira UE-África, antes do seu encerramento. Ao bater a porta, Wade apelou ao boicote dos acordos de "parceria económica" que estiveram em discussão na conferência (estes acordos visam, fundamentalmente, aplicar os princípios da Organização Mundial de Comércio - a liberalização do comércio e do investimento, o respeito pela propriedade intelectual, as limitações à intervenção estatal no apoio à indústria nacional, etc. - às relações económicas entre os dois continentes) .

Esta posta, esta, esta e esta ajudam a perceber esta decisão de Wade.

PS: seria bom que Manuel Carvalho se questionasse porque é que foi este - e não um dos «déspotas africanos» que «não tem sede de democracia, nem de desenvolvimento nem de direitos humanos» - que deixou esta mancha na cimeira.

1 comentário:

Anónimo disse...

O que o Mugabe disse é do mais elementar bom-senso. O que ele disse foi exactamente isto:

“Ontem, ouvimos quatro países – Alemanha, Suécia, Dinamarca e Holanda – criticar o Zimbabwe pelo desrespeito dos direitos humanos. O bando dos quatro ‘pró-Gordon’ pensa que conhece melhor o Zimbabwe [do que os outros africanos] e esse é o tipo de arrogância, de complexo de superioridade que nós combatemos”.

“Por que é que o primeiro-ministro britânico não veio? Porque ele tem aqui os seus porta-vozes”.

“Os africanos combateram para conquistar os direitos humanos quando estavam sujeitos à opressão” e que “não houve democracia no Zimbabwe durante os mais de cem anos” que durou a colonização britânica.

“A Europa não aceitará os resultados de eleições regulares porque não gosta do vencedor”. “O Reino Unido e os EUA querem mudar o nosso Governo, pensam que têm esse direito, mas nós dizemos ‘não’. Temos o direito de escolher o nosso futuro, pois o Zimbabwe não será nunca mais uma colónia”