sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008

Relembrar boas posições

Em pleno Agosto José Silva Lopes, em entrevista a Helena Garrido, afirmava: «É preciso isolar as actividades de elevado risco das outras. Aliás foi o que se fez a seguir à crise de 1929. Mais tarde é que se desregulou tudo. Sou um economista antigo, vejo as regulações que tínhamos e que hoje já não existem e fico um bocado preocupado». O desenrolar da crise só confirmou a validade deste ponto de vista. Agora até a The Economist reconhece que algo está mal. No entanto, quem anda nisto há algum tempo sabe que os apelos a regras mais apertadas vindos de publicações «liberais esclarecidas», sempre nas mesmas alturas, são suspeitos e tendem a ser esquecidos pelas próprias. Os interesses sobrepõem-se à evidência que se vai acumulando: o período de liberalização tem sido responsável por um aumento das crises financeiras e os custos são pagos por toda a economia. Como é evidente enquanto existirem regras (e estas existirão sempre porque os mercados não funcionam sem elas), os liberais poderão sempre dizer que a responsabilidade é de quem as criou. A questão é se nós queremos que os «assuntos correntes da vida» sejam guiados pela fé.

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