sábado, 1 de março de 2008

O esvaziamento do Estado e os desafios da esquerda socialista

Em anterior artigo afirmei que a desestruturação da provisão pública de bens e serviços essenciais é um dos traços mais salientes da actual governação do Partido Socialista. Este processo, tributário de tendências internacionais fortes, corresponde a uma nova fase do neoliberalismo (. . .) Neste artigo pretende-se avançar com algumas pistas que possam ajudar a explicar os défices de resposta da esquerda socialista. Para destacar a natureza provisória e algo especulativa deste exercício, optei por listar um conjunto de questões cujas respostas poderão ganhar uma forma mais sólida com o debate colectivo que está por fazer. O resto pode ser lido aqui.

4 comentários:

ab disse...

Não corresponde ao "post" desculpe, mas algures num jornal português li isto: "Obrigatoriedade, prevista na Lei, de fiscalização periódica do número mínimo de cinco mil militantes para que um partido possa ter existência legal", relativa a uma manifestação do PC português, que se passa?
A ditadura fascista e as guerras coloniais arrastaram-me para um exílio que a vida tornou definitivo. Quando soube desta notícia, primeiro, a coisa pareceu-me algo surrealista de tal maneira me parecia ENORME, mas hoje vendo que os factos se confirmam, ressenti uma profunda e total revolta, como se Portugal se encontrasse de novo face aos
fantasmas do passado: uma obstinada intolerância, uma obscura tendência em tentar eliminar o mínimo semblante de contradição, a velha e recalcada mania de utilizar a violência na intrusão de consciências...50 anos não chegaram?

Aqui neste país onde vivo a "obrigatoriedade, prevista na Lei, de fiscalização periódica" do número mínimo de militantes dum partido seria considerado por aquilo que é: um atentado às liberdades individuais e à privacidade das convicções politicas de cada um. Será que Portugal se estará transformando em oficina europeia de leis atentatórias as liberdades democráticas? Sempre pensei que a DEMOCRACIA em Portugal teria um longo caminho a percorrer para que fosse efectiva, mas esta noticia não só confirma o que já pensava como me deixa mais séptico e triste quanto ao futuro.

O seu ponto de vista (penso eu próximo do PS) interessa-me particularmente,que pensa?

João Rodrigues disse...

Caro ab,
Falou-se disso, mas acho que já caiu. Era uma tonteria sem sentido.

ab disse...

Obrigado pele prontidão da resposta, esperemos então que assim seja...obrigado.

Pedro Viana disse...

Parabéns pelo excelente artigo de opinião. Concordo inteiramente com a constatação de que a Esquerda Socialista nunca conseguirá se tornar atractiva para uma parte considerável da população, enquanto se mantiver numa posição essencialmente de resistência à mudança. É essencial criar uma mensagem positiva de mudança que projecte um futuro melhor para a maioria das pessoas. Mas essa mensagem precisa de algo que a enquadre e a guie: uma ideologia, alicerçada num conjunto coerente de princípios. Depois são precisas políticas inteligentes que minem a hegemonia actual do modelo neo-liberal, sem criar roturas contra-procedentes. Às vezes não é preciso um buldozer para deitar baixo um prédio, basta uns empurrões nos sítios certos...