sábado, 28 de março de 2009

Crise: o que fazer?

Um aspecto muito importante desta crise é a velocidade a que ela se aprofunda. O conjunto da União Europeia, os EUA e o Japão tiveram uma quebra abrupta do produto nos últimos seis meses. O arrefecimento do crescimento na China também foi importante. No mesmo período, o comércio internacional também diminuiu fortemente. Hoje, a União Europeia está no limiar da deflação com o nosso país na primeira linha.

Krugman já alertou (ver aqui) que a Zona Euro está mais desarmada que os EUA para enfrentar a crise e colaborar com Obama. É certo que temos na UE políticas sociais que permitem atenuar os efeitos da crise, embora o Estado de Bem-Estar ainda seja muito incipiente em Portugal. A pobreza e a desigualdade na distribuição do rendimento alcançam níveis que deviam envergonhar-nos.

O ponto é que a existência de uma moeda única sem políticas macroeconómicas à escala federal colocam a UE numa posição de bloqueio colectivo e, portanto, de incapacidade para relançar o crescimento, desse modo criando as condições de insustentabilidade financeira do Estado de Bem-Estar que diz querer manter. O estado global da União é já dramático, mesmo que por conveniência os dirigentes políticos não o assumam abertamente.

Face à actual crise, os governos da UE podem escolher entre:

a) concretizar uma política orçamental de grande volume, coberta por dívida nacional e federal; utilizar todos os mecanismos da política monetária disponíveis, incluindo a compra de dívida da própria UE pelo BCE; nacionalizar os maiores bancos para sanear o sistema de crédito de uma vez por todas. Tudo isto significa agir rapidamente e com grande coordenação ignorando o Tratado da União Europeia, ou …

b) manter o caminho que tem sido seguido, ou seja: investimento público a baixo nível e lenta execução, política monetária insuficiente e atrasada, crédito bancário racionado, deflação a instalar-se, agravamento do risco de bancarrota em vários países (dentro e fora da Zona Euro), não colaboração com os EUA numa política orçamental de grande escala, etc.

Estaremos todos conscientes do que isto significa?

1 comentário:

Anónimo disse...

manifestação fraquinha....