quinta-feira, 7 de outubro de 2010

O FMI é o FMI

"As estimativas são estimativas." Não posso estar mais de acordo com tão profundo pensamento senhor ministro da economia. As estimativas do FMI são as estimativas do FMI e as suas recomendações de política são política. E prevêem a estagnação a cair para a recessão, com uma uma taxa de desemprego nos 11% e aconselham estas escolhas desastrosas de política económica. Irão ser certamente revistas porque o futuro é radicalmente incerto: as previsões serão revistas, as recomendações nunca. É apenas o começo. Isto se o ciclo vicioso da austeridade não for revertido pela luta social e política. Será que não podemos aprender nada com a história interpretada por boa teoria? Austeridade em tempos económicos periclitantes só tem efeitos perversos – do crescimento do desemprego até a novos problemas nas finanças públicas e privadas.

5 comentários:

Eduardo disse...

João Rodrigues, pela enésima vez: a austeridade não tem a ver com uma escolha política mas sim com o facto de estarmos sem dinheiro. Não há dinheiro. Não temos crédito. Por isso dizer que a austeridade não conduz a crescimento não faz sentido porque a austeridade nem sequer tem esse objectivo. Está a ver?

João Pedro Santos disse...

"Irão ser certamente revistas porque o futuro é radicalmente incerto: as previsões serão revistas, as recomendações nunca"

Se as previsões forem revistas apenas devido à incerteza inerente a qualquer previsão (o que os economistas designam de choques exógenos) isso significa que o modelo está "correcto" e que, pelo menos num sentido estatístico, podemos confiar nele para fazer recomendações de política económica.

Quanto ao paper deve dizer-se que é um excelente paper no sentido que desmonta o argumento de Alesina, mas não diria que apresenta uma teoria económica. Serve, no entanto, para recordar uma frase de Keynes com que abre de que "The boom, not the slump, is the right time for austerity
at the Treasury". Sucede que nem sempre o tempo certo é o tempo possível.

Já agora uma das coisas que me custa no actual debate político é ver certas citações de Keynes que o mostram com um "fanático" da política orçamental contra-cíclica. Quando se alguma coisa caracterizava Keynes era ser um pragmático que sabia que a teoria se devia adaptar à realidade e não o contrário. Quer queiramos quer não Portugal tem um problema financeiro e de equilíbrio externo e qualquer recomendação realista deve dizer-nos como resolvê-lo internamente já que não é crível que as "instituições europeias" venham a alterar fundamentalmente as suas posições na janela temporal relevante para a solução de um problema que é imediato.

Anónimo disse...

O que era preciso para este país sair da crise ( mas qual crise.!? A crise sempre foi uma constante em Portugal.! Não é de agora.! Foi a crise que fez cair a monarquia.! Foi a crise que fez aparecer o Salazar.!), o que era preciso era que o país produzisse para satisfazer o consumo interno e exportasse os excedentes.
Caso contrário, como é que alguma vez se fará face ao défice da balança comercial. Esse sim o grande problema de Portugal e de há muito tempo, embora com a entrada na UE ele se tenha agudizado muito mais.
É que a UE - no interesse sobretudo dos Alemães, e dos Franceses - até paga para não se produzir que é para eles depois venderem os seus produtos.
A UE dá uma costeleta mas leva um porco. Se calhar é por isso que esses bandalhos chamam ao nosso país PIGS ( Mas PIGS será a valente puta que os pariu.!!!)
É claro que tudo isto só foi possivel porque PS/PSD e CDS, com as suas politicas serventuárias dos grupos económicos, tudo têm feito para bem servir os seus patrões, e os Portugueses ( que sempre tiveram fraca memória), continuam - até quando !?- a acreditar nas conversas da treta do PS / PSD e CDS.
Mas que mal é que este país fez para ser tão castigado por estes gangs, estas elites de malfeitores.!?
Temos de ir á bruxa.

Attac Portugal disse...

Viva,

Divulguem, por favor!

No próximo dia 10, Domingo, Lisboa manifestar-se-á contra a Pena de Morte, juntando-se assim ao conjunto de cidades de todo o mundo onde será lembrado o 8º Dia Mundial contra a Pena de Morte. Apela-se à participação e divulgação deste evento.

10-10-2010
17:30h
Largo de Camões (Lisboa)

Todos vestidos de preto contra a pena de morte!

Mais info, cartaz e sticker para o blog no link abaixo:
http://www.facebook.com/event.php?eid=155343071164720

Trata-se de uma iniciativa conjunta da ATTAC, Colectivo Mumia Abua-Jamal, Comité de Solidariedade com a Palestina, Não Te Prives, SOS Racismo, Panteras Rosa, Pobreza Zero Precários Inflexíveis e Solidariedade Imigrante.

farto disse...

Foi a crise que levou o Sebastião e os seus correlegionários fanáticos à derrota em Alcacer Kibir.