segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Mecanismos neoliberais

Na semana passada, um secretário de estado vangloriava-se por estar a conseguir afunilar ainda mais as prestações sociais a golpes administrativos. O último editorial de Serge Halimi no Le Monde diplomatique é por isso bem oportuno: "Já se sabe qual vai ser a sua próxima etapa, pois ela já foi experimentada nos Estados Unidos: em sistemas políticos dominados pelas classes médias e altas, a amputação dos serviços públicos e das prestações sociais torna-se uma brincadeira de crianças quando as camadas privilegiadas deixam de lhes ter acesso. Quando se chega a esse momento, essas camadas consideram que tais privilégios alimentam uma cultura de dependência e de fraude, o número de beneficiário reduz-se e é-lhes imposto um controlo minucioso. Fazer com que as prestações sociais dependam dos rendimentos significa portanto, quase sempre, programar o seu desaparecimento para todos."

3 comentários:

Miguel Rocha disse...

Grande argumento! Eu próprio o li e constatei que é o que se está a passar na realidade!

Anónimo disse...

É mesmo assim.!
Não tenho a minima dúvida.
Enoja-me e de que maneira é que o agente de toda essa miserável tramoia seja o (dito) partido socialista.
Por isso, eu que sempre votei no dito partido socialista nunca mais o farei.
O que tudo farei, isso sim, é que como eu outros deixem de votar P.S.

Natália Santos disse...

Um dos problema é que os rendimentos são comparados e considerados pelo seu valor bruto,o que é injusto porque o IRS é mais progressivo nos escalões mais baixos/médios, pelo que em termos de salários liquidos o leque salarial é menor, aproximando-se assim os rendimentos.