domingo, 24 de julho de 2011

O tamanho importa – e o mundo real ainda mais

Neste paper fantasticamente irónico mas irrepreensivelmente rigoroso nos termos da econometria convencional, T. Westling revisita o trabalho de Barro e Mankiw relativamente aos determinantes do crescimento económico, utilizando o mesmo conjunto de dados seccionais relativos a 121 países no período 1960-1985, aos quais acrescenta o tamanho médio do pénis erecto em cada um desses países obtido a partir de uma outra fonte estatística.

Encontra uma correlação negativa robusta: o tamanho médio do pénis explica cerca de 20% da variação do PIB no período em análise (de forma inversa), de forma estatisticamente significativa para α = 0,01 em qualquer uma das especificações do modelo. A correlação permanece elevada e robusta mesmo quando introduzida uma variável dummy relativa a África (de modo a controlar eventuais especificidades dos padrões de desenvolvimento africanos), revelando por outro lado uma associação estatística bastante mais forte e robusta entre o tamanho do pénis e a taxa de crescimento económico do que entre esta última e o tipo de regime político.

Aqui fica a sugestão de leitura, à atenção de econometristas, outros alquimistas e estudantes de economia.

9 comentários:

Banda in barbar disse...

faltou só os sexólogos

e a dimensão da amostra em cada um desses países

e a idade da população da amostra?

há distensão dos tecidos com a idade
logo empresários de sucesso com 70 anos terão em média maior tamanho

que jovens promessas de 20

terão é de ter mais viagra no sistema para competir nas ditas medições

Tenham Dó disse...

Resumindo, cientificamente é um dos maiores (nem por isso já fiz piores)
pedaços de dung que já vi...

Sem Cu Ment' Ários Lobos D'Azevedo disse...

Wtf?

Alexandre Abreu disse...

Volto a sublinhar a parte do "fantasticamente irónico".

Tá bem já s'oubiu disse...

ok fantasticamente irónico

tem de se ganhar dinheiro fazendo uns papéis de vez em quando

"A Azinheira, fóssil económico"

198...e qualquer coisa
pessoal da Univ. de Évora creio
3 ou 5 mil contos?

João Carlos Graça disse...

Caro Alexandre
Está... hmmm, como dizer isto?, soberbamente sugestivo... descomunal em ironia...
Só mesmo visto. Limitando-me aos preliminares/abstract:
"an inverse U-shaped relationship" (hein?), "maximizing size is around 13.5 centimetres" (ahhh?), "it
alone explains 20% of the variation in GDP growth" (deveras?), "Controlling for male organ slows convergence" (uff!), "all evidence is suggestive at this stage" (you bet), "the `male organ hypothesis' put forward here is robust" (se tu o dizes...), "to exhaustive set of
controls" (ainda "por cima"), "and rests on surprisingly strong correlations" (uau!).
Estamos de facto perante um verdadeiro monumento...

João Carlos Graça disse...

"...and it alone explains 20% of the variation in GDP growth..."
Em "paridade de poder de compra"?
Em "índices de felicidade"?
Em "indicadores sociais"?...

Alexandre Abreu disse...

Meu caro JC,
Como este exemplo mostra, imensas coisas podem surgir como correlacionadas sem que tenham qualquer vestígio de relação causal. O problema é a quantidade de vezes que se retiram conclusões pretensamente legítimas (e implicações políticas!) a partir de exercícios deste tipo - e quando este tipo de alquimia substitui a seriedade científica. Não que os métodos quantitativos sejam inúteis, pelo contrário - devemos é estar atentos à "sobredeterminação do objecto pelo método", como dizia o J. Oppenheimer.
Abraços

João Carlos Graça disse...

Meu caro Alexandre
Muitíssimo obrigado por ter "posto isto no seu blog"... O paper é um magnífico exercício de inteligência e de ironia e a sua apresentação não desmerece.
São coisas como esta que nos permitem "keep the spirits high" (também já estou eu próprio em parte no gozo, claro...) mesmo quando as adversidades se acumulam à nossa volta.
Obrigado e um abraço.
Se for o caso, boas férias!