domingo, 4 de dezembro de 2011

Depressão

Paul Krugman remete para o artigo clássico de Irving Fisher, publicado em 1933 na revista Econometrica, intitulado «The Debt-Deflation Theory of Great Depressions», disponível na net e a que já tinhamos várias vezes feito referência neste blogue. É um texto claro e que identifica alguns dos mecanismos possíveis de interacção perversa entre o sobrendividamento e a deflação: «Temos então o paradoxo que, atrevo-me a afirmar, é o maior segredo da maioria, senão de todas, as grandes depressões: quanto mais os devedores pagam mais eles devem». O fardo da dívida aumenta em termos reais à medida que os preços caem, entre outros factores, como resultado do próprio esforço dos devedores para se desfazerem apressadamente dos activos e produtos que detêm por forma a fazer face aos compromissos previamente assumidos. A insolvência generaliza-se, graças também à quebra dos rendimentos. Na ausência de políticas económicas de relançamento, que superem a descoordenação mercantil e travem esta engrenagem, o contrário do que tem sido feito com as políticas de austeridade, o desemprego não cessará de aumentar. É a era da depressão. O euro será uma das suas vítimas.

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