sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Prioridades

A sabedora convencional neste país é tão subalterna, está tão habituada a pensar nos termos dos credores, está tão habituada a papaguear a história fraudulenta, racista, dos que nos tratam como alcoólicos, que uma declaração política que, no fundo, dá prioridade aos interesses de um país que não pode estar sujeito ao desenvolvimento do subdesenvolvimento, como a que o Pedro Nuno Santos fez, só pode ser recebida com a incompreensão de quem ignora o que se passou noutras experiências idênticas. É evidente que o fardo da dívida, que a recessão e as condições financeiras se encarregam de aumentar todos os dias, terá de ser reduzido. A renegociação da dívida é uma arma cujo uso só pode ser recomendado desde já por todos os que têm alguma noção das possibilidades do desenvolvimento das periferias, por todos os que colocam os interesses da maioria dos cidadãos em primeiro lugar, por todos os que não aceitam esta dominação. De resto, é como diz Manuel Alegre: “irresponsável é o servilismo”. O que vale é que a história económica dará razão a todos os que recusam a irresponsabilidade servil de elites que parecem estar convencidas que se destruirmos a economia portuguesa os credores terão piedade de nós.

4 comentários:

Dias disse...

De facto, só alguém com uma bebedeira monumental era capaz de assinar o cheque para comprar 2 submarinos…(E parece que a bebedeira pode continuar, beneficiando agora outro felizardo – a E.on).
O pior é que a bebedeira (servilismo?) também tem preço.

Diogo disse...

«O que vale é que a história económica dará razão a todos os que recusam a irresponsabilidade servil de elites que parecem estar convencidas que se destruirmos a economia portuguesa os credores terão piedade de nós.»


Mas os portugueses não estão interessados em cair na miséria, só para provar que a história económica deu razão a determinados economistas «iluminados».

Os portugueses mais informados já se aperceberam que estão a ser vítima de um roubo descomunal por parte da Banca Internacional:

No Jornal Expresso de 1/9/2007, o jornalista Fernando Madrinha:

[...] «Não obstante, os bancos continuarão a engordar escandalosamente porque, afinal, todo o país, pessoas e empresas, trabalham para eles. [...] os poderes do Estado cedem cada vez mais espaço a poderes ocultos ou, em qualquer caso, não sujeitos ao escrutínio eleitoral. E dizem-nos que o poder do dinheiro concentrado nas mãos de uns poucos é cada vez mais absoluto e opressor. A ponto de os próprios partidos políticos e os governos que deles emergem se tornarem suspeitos de agir, não em obediência ao interesse comum, mas a soldo de quem lhes paga as campanhas eleitorais.»


Em suma, os portugueses não querem um empobrecimento fatalista, mas uma revolução violenta contra todos os criminosos – banqueiros, políticos, figuras do poder judicial e jornalistas, que os querem conduzir à miséria.

Prefiro morrer atirando-me de uma ponte, do que passar ao resto da vida a vegetar debaixo dela. Mas quando morrer, faço questão de levar alguns comigo.

Platão disse...

Concordo com tudo. Só não acredito que as declarações e as tomadas de posição dos membros do PS sejam mais que circunstanciais, por interesse politiqueiro somente. Não tenho qualquer espécie de confiança nas pessoas que se mantêm num partido que só tem destruído o País.

Ana Paula Fitas disse...

Caro João Rodrigues,
Fiz link... com votos de Boas Festas.
Um abraço.