quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

De longe os míopes vêm melhor do que ao perto



O New York Times que não é propriamente um caso de visão clara, podendo mesmo ser considerado míope, parece ver de longe o que os nossos míopes não vêm de perto:

Portugal, ao contrário da Grécia, é uma nação devedora que fez tudo o que a União Europeia e o Fundo Monetário Internacional lhe pediram em troca de um resgate financeiro. E, no entanto, mesmo pela medida mais ampla da capacidade de um país pagar as suas dívidas, Portugal está a fundar-se cada vez mais no buraco”.

É claro que a Grécia não fez tão pouco como o NYT pensa e que em Portugal, se formos a ver, tanto há atrasos e fintas como saltos além tróica. Mas o que importa é o reconhecimento de que, independentemente do nível de cumprimento, o “resgate” nos está a empurrar, tanto gregos como portugueses, para o "buraco".

Desculpem-me os míopes a sério. Mas até dói ver que só agora os míopes de longe vêm isto. E ainda dói mais ver os míopes de perto a andar em frente de olhos fechados.

2 comentários:

António Carlos disse...

"O New York Times ... não é propriamente um caso de visão clara, podendo mesmo ser considerado míope ..." mas, porque disse uma coisa com a qual concordo e que sustenta a minha tese, deve ser lido com muita atenção. Mas apenas relativamente a esse aspecto (o tal com o qual concordo e que sustenta a minha tese), atenção, porque "é claro que a Grécia não fez tão pouco como o NYT pensa" nem Portugal "fez tudo o que a União Europeia e o Fundo Monetário Internacional lhe pediram".

Anónimo disse...

explique lá melhor a sua tese, António Carlos, especificando melhor o q é q nos falta fazer e q impacto teria. é q assim de repente a sua tese parece-me um pouco tautológica - se funcionar é prq fizemos o q nos mandaram, se não funcionar é prq não fizemos...

ora este tipo de teses (que cai naquele grupo "prognósticos só no fim do jogo") parece não ter grande utilidade prática para a resolução de problemas - embora, claro, sirva os autores do programa, os governantes q lhes são subservientes e aqueles que do programa beneficiam.

Abraço,

F.