quarta-feira, 22 de maio de 2013

Pós o quê?

A minha síntese do comunicado do Conselho de Estado: é preciso que algo mude politicamente no “pós-troika” europeu para que tudo na lógica da política da troika fique na mesma. A austeridade e a regressão estrutural são permanentes porque estão inscritas nas regras do jogo. Sete horas para isto. Cavaco anda nisto há muito tempo e sabe bem o que nos espera no pós-troika.

É aliás por causa deste realismo que a sua conjuntural fragilidade é, a prazo, a estrutural força dos sectores sociais que ainda representa. Pensar o pós-troika do ponto de vista de vista de uma política económica alternativa só pensando o pós-euro e isso as elites dominantes, em redor de Cavaco e do governo, nunca estarão dispostas a fazer, até porque sabem, como a visita de Gaspar a Schäuble ilustra, que a sua força interna está hoje em larga medida no exterior.

Entretanto, a fratura socioeconómica interna é exposta todos os dias: por exemplo, segundo o Negócios, Portugal é de longe o país periférico onde, em termos relativos, mais carros de gama alta são comprados. Relembrando uma certa economia política do desenvolvimento, é a burguesia compradora…

1 comentário:

Ricardo disse...

Podem dar as voltas que quiserem ao texto que irão parar à mesma conclusão do sr João Ferreira Do Amaral.Sair do euro enquanto é tempo e de forma organizada.