quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

Basta de empreendedores

Caiu o número de portugueses que vê o empreendedorismo como positivo, diz estudo internacional. Trata-se de uma boa notícia, dadas as histórias da carochinha para graúdos, recordando o saudoso João Pinto e Castro, que se escondem por detrás do conceito mais propagandeado da actualidade e que exprime melhor do qualquer outro a injunção de Margaret Thatcher: “a economia é o método, mas o objetivo é mudar a alma”. De resto, é sabido que os países da OCDE que têm mais empreendedores, mais auto-emprego, um tecido empresarial mais pulverizado, são precisamente os menos desenvolvidos. Compare-se Portugal, México ou Grécia com Alemanha, nórdicos ou EUA: um excesso de “empreendedores”, no entendimento convencional, faz mal à economia. É então preciso acabar com a conversa do empreendedorismo. E nem é preciso entrar em argumentos do lado da procura.

4 comentários:

Anónimo disse...

Por exemplo: a India é o país que mais tem empreendedores e é a maior democracia....
Isto é uma demonstração de Redução ao Absurdo. Q.E.D.!

Aleixo disse...

O "SUSTENTÁVEL", NÃO PODE DEPENDER DO EMPREENDORISMO.

Dias disse...

"O auto-emprego abrange 67% dos activos no Gana e 75% no Bangladesh, mas apenas 7% na Noruega, 8% nos EUA e 9% na França"...
Excelente e recomendável o artigo do saudoso JP Castro.

Daniel Ferreira disse...

Desculpa lá, mas o artigo diz mais:
"Porém, em Portugal, a criação do próprio negócio até é vista como alternativa ao desemprego por um número elevado de pessoas, quando comparado com os valores de outros países. Entre os licenciados, 27% dizem que o empreendedorismo pode ser uma alternativa, um valor que sobe para os 32% entre os não licenciados. Acima destes números, só os EUA e a Grécia."

O motivo da descida tem a ver com postura com que é encarado o empreendedorismo, não referindo qualquer motivação relacionada com politicas económicas"

"O medo de falhar foi apontado por 83% dos inquiridos em Portugal como a razão que os afasta da criação do próprio negócio"

Para completar este artigo, devia-se comparar com anos anteriores a 2012, e perceber de onde vem esse medo de falhar.

De resto, a noticia é vazia e é o mesmo que dizer "hoje, Portugal está pior, porque choveu mais que ontem"