segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008

O neoliberalismo não é um chavão nos EUA

Este elucidativo gráfico compara a evolução da produtividade (a vermelho) com a evolução do salário mediano (benefícios incluidos) de várias categorias de trabalhadores (homens entre 35 e 44 anos com diferentes níveis de escolaridade). Como se pode ver, nos EUA, entre 1980 e 2006, o salário mediano dos trabalhadores com o liceu (high school) decaiu em termos reais. Via Dani Rodrik, economista da Universidade de Harvard e um excelente blogger.

3 comentários:

Teresa Durães disse...

graduate degree aumentou. se penso perceber, é o pós-faculdade. sem recursos qualificados também é difícil existirem salários que aumentam e boa produção (não defendo EUA, nem um pouco porque a marioria dos licenciados até são importados)

Tiago disse...

Exactamente, a "trickle down economics" do Reagan e companhia supostamente diz que as classes média e baixa enriqueceriam (menos que a alta, mas mesmo assim ganhavam com o esquema todo). O argumento "neoliberal" é esse: os ricos estão mais ricos, mas os pobres também ganham com isto. O que se nota nos EUA (que é o caso que eu sigo com mais atenção) é que isto não acontece. Os pobres estão mais pobres que há 30 anos apesar de todos os ganhos de produtividade.

É claro que um argumento de esquerda seria sempre contra o aumento da desigualdade. Mas a desculpa da direita neoliberal é uma fraude!

Reaganomics my ass!

João Rodrigues disse...

Cara Teresa Durães, são de facto os trabalhadores licenciados. Os únicos cujo crescimento do salário acompanhou o da produtividade.Em teoria os salários deveriam estar alinhados com a produtividade. Mas, ao contrário do que os liberais pensam, isto não ocorre automaticamente. É questão de normas, instituições e acção colectiva.

"Trickle down economics" é de facto uma fantasia Tiago.