segunda-feira, 8 de setembro de 2008

Os privados são sempre mais eficientes...

... Quando não são, o Estado paga.

"O governo dos Estados Unidos da América decidiu assumir o controlo das empresas Fannie Mae e Freddie Mac, as duas gigantes do crédito imobiliário, para evitar a sua falência. O plano governamental prevê o investimento até 200.000 milhões de dólares nas duas empresas, tornando-se na maior intervenção de sempre do Estado norte-americano no sector financeiro."

13 comentários:

MFerrer disse...

Errado!
É a maior intervenção da História. Nem na União Soviética houve disto.
primeiro fizeram lotes de acções e de obrigações que venderam por todo o mundo.
Uma vez garantido o voo do papagaio ( comtprar murcho e vender teso!) deixaram cair a valor da habitação nos EUA.
Nada mais fácil uma vez que andaram a financiar novos empréstimos baseados em avaliações fraudulentas de activos!
Agora, os inevestidoeres, fundos de pensões anónimos vão para o brejo. As corporações salvam-se!
O dinheiro dos contribuintes serve para amparar as grandes especulações!
O capitalismo na sua pujança!
MFerrer

L. Rodrigues disse...

Repetir o Mantra:
Lucros privados, prejuízos públicos, lucros privados, prejuízos públicos...

José M. Sousa disse...

E o que é incrível é que até os russos compraram em massa:


Comrade Paulson, nationalised banks & socialism for the rich

José M. Sousa disse...

do artigo citado:

«We know, because of Brad Setser’s sustained and diligent research, that the central bankers of Russia and China have exposed their taxpayers to losses at Fannie and Fred to the extent of about 10% of their countries respective GDPs. Those are huge potential losses……»

JM Correia Pinto disse...

Felizmente, ainda não temos cá disto. Temos coisas parecidas, à nossa pequena dimensão.
Mas está-se preparando uma da maior gravidade: a construção do novo aeroporto, segundo o modelo que vai ser seguido, implicará a privatização da ANA - empresa altamente lucrativa, desde a sua criação - e desagregação da gestão integrada dos aeroportos. Ou seja, o que der lucro será privatizado (se é que não vai ser sem encargos financeiros...) e o que der prtejuizo fica para o Estado. assunto que um dia destes vou desenvolver.
http://politeiablogspotcom.blogspot.com/

Anónimo disse...

A culpa é do Estado, que decidiu pagar. Não pagasse...

AMCD disse...

Mais uma vez o mercado falhou. Descarrilou. Onde está a "mão-invisível" para o pôr novamente nos carris?

E ainda há gente que acredita piamente no mercado. Como é possível?

O mercado só funciona, amparado pelo Estado.

Ah! E quando o Estado paga, somos todos nós que pagamos. Até o Anónimo aqui de cima.

AMCD

Anónimo disse...

Parece-me que são capazes de existir milhares de falências de empresas privadas nos Estados Unidos, sem que o Estado intervenha no sentido de as "amparar", pelo que, esta generalização de que numa economia de mercado os lucros são para os privados e os prejuizos são nacionalizados não colhe.

Tratam-se de 2 empresas específicas, num sector sensivel, e a intervenção do Estado norte americano, não foi para salvar os accionistas, em si, mas para evitar consequências extremamente gravosas para o comum do cidadão e para a economia mundial.

Portanto, a sanha anti-economia de mercado que este post falacioso revela é isso mesmo : uma sanha fundamentalista anti economia de mercado.

L. Rodrigues disse...

A questão não são as empresas privadas que nascem e morrem, mas sim as publicas que são alienadas em nome do fundamentalismo de mercado.
Riqueza e património que são criados com o dinheiro de todos para servir a todos, acabam nas mãos de poucos para servir quem pode pagar.
E depois, quando as coisas correm mal, aqui d'el rei.

Anónimo disse...

"a sanha anti-economia de mercado que este post falacioso revela é isso mesmo : uma sanha fundamentalista anti economia de mercado."

O Pedro Henriques, que parece gostar de definir o definido, não topou a cena essencial.
Repare nisto. Sempre que alguém defende alguma regulação no sector para evitar estas tristezas, não pode ser porque o mercado se auto-regula. Depois quando a falta de regulação conduz a estas situações, é óbvio que o pragmatismo tem que tomar conta das consciências porque as externalidades negativas são enormes.
Resta agora saber saber qual das opções é que escolhe o Pedro Henriques. Se escolhe a regulação ou se escolhe a lógica da privatização do lucro e socialização das dívidas e do risco.

Cumprimentos

Anónimo disse...

Se um dia vierem a recuperar serão devolvidas aos actuais donos ao preço da chuva.

Tiago Moreira Ramalho disse...

Então e já pensou se o Estado norte-americano tivesse deixado as duas montanhas desabar? A coisa era simples, o equílibrio repor-se-ia mas iria demorar muito mais tempo.

Mas realmente eu acho bem que fique tudo nas mãos do estado. Viva o Estaline!

um abraço,

TMR

José Guilherme Gusmão disse...

Estaline?

Sanha fundamentalista anti-economia de mercado?

Francamente... Se não sabem discutir, não tentem.

1. Acho bem que o Governo Norte-Americano assuma o controlo das duas empresas para evitar uma crise de proporções incontroláveis.

2. Acho muito bem que o Estado regule ou mesmo controle sectores da Economia porque a) como o exemplo demonstra, os privados não são sempre mais eficientes e b) há sectores da economia cujas crises se repercutem em toda a economia.

3. Acho bem que, nestas situações, os accionistas e administradores devem ser o primeiros a ser responsabilizados e os últimos a serem compensados, pois é deles a responsabilidade da má gestão. Como saberão, normalmente passa-se o contrário.

4. Acharei bastante mal que estas empresas venham a ser devolvidas aos privados depois de o Estado as ter saneado, pelo menos sem que haja garantias de que uma situação semelhante não se repetirá.

Não me parece Stalinismo. Acho que é do mais elementar bom senso.

Acho muito curioso que tantos liberais defendam a não-intervenção do Estado no normal funcionamento da Economia para a reservar para situações de calamidade. Não seria melhor actuar antes?