quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Análise concreta da situação concreta?

Daniel Bessa, hoje no Público, decidiu armar-se em economista “leninista”. Versão capitalismo de guerra. Só não diz quem tem realmente as responsabilidades concretas pela situação concreta. Tem uma vez mais a palavra João Pinto e Castro, numa posta que dava um bom livro: “Esta recomendação [de Vítor Bento, mas serve para Daniel Bessa] é uma variante do ‘faz força, que eu gemo’. Certos economistas empurraram o país para uma camisa de onze varas e, depois de ele lá estar enfiado, exortam-no a desenrascar-se. Por outras palavras, eles congeminam uma política muito certinha no papel, mas não cuidam de ponderar as condições políticas e sociais indispensáveis à sua consecução. É, aliás, em boa medida nesta despreocupação que consiste a alegada ‘pureza científica’ desta forma de conceber a teoria económica. Eles dizem como é; quanto ao resto, os políticos, os empresários e os trabalhadores que resolvam.”

4 comentários:

João Dias disse...

Não deixa de ser curioso que muitos destes "opinion makers" da área da economia que fazem sempre o mesmo diagnóstico catastrófico sejam eles os típicos "economistas-problema".

Apesar de se exteriorizarem aos problemas, como sábios cuja sabedoria não tem dignos ouvintes, pode-se ler inúmeras vezes nas suas teses/soluções as origens dos problemas.

Aliás, agora que a política se chega à frente em matéria de corrupção, é ver os "teóricos do Apocalipse" levantar inúmeras impossibilidades legais e inconstitucionalidades para que um combate à corrupção possa avançar em forma de lei.
E sim, precisamos de mais algumas leis.

Ministro dos Assuntos Parlamentares apressou-se a dizer que o pacote de Cravinho inverte o ónus da prova (o que é falso) e é inconstitucional. Não deixa de ser delicioso como esta gente é tão meticulosa (ao ponto de dizer asneiras) para salvaguardar ilegalidades de quem quer combater a ilegalidade, a corrupção, o crime económico.

João Dias disse...

Correcção:

Não foi o Ministro dos Assuntos Parlamentares que se pronunciou sobre o pacote anti-corrupção de Cravinho, foi antes o Ministro da Presidência Pedro Silva Pereira.

CCz disse...

São macro-economistas e está tudo dito!
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Os macro-economistas por mais bem intencionados que sejam, só conseguem equacionar movimentos lineares 'by the book'.
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As pessoas trabalham, constroem, compram, coisas reais. As coisas reais são produzidas pela micro-economia!
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A micro-economia é feita por gente que acredita no sonho e na paixão... tópicos dificilmente matematizáveis.

CCz disse...

Já agora convido os Ladrões a massacrarem, não há outra classificação possível, Mira Amaral e as suas palavras no jornal i, onde nos quer a competir de igual para igual com a China.