terça-feira, 3 de novembro de 2009

Ideias intocáveis

Mário Crespo até pode tocar, em tom algo populista, em algumas questões relacionadas com a tirania do dinheiro em Portugal. Desigualdades, corrupção e apatia cívica são a combinação que garante o Estado predador, que, como já argumentei, é o resultado do processo de neoliberalização do país.

Lamento que Mário Crespo, na SIC-Notícias, continue apostado em salvar a hegemonia intelectual da desgraçada e minoritária fronda neo-conservadora-liberal. Modera um programa com um nome muito apropriado: plano inclinado. Não consigo imaginar pior combinação: João Duque, Nuno Crato e Medina Carreira.

Os economistas da direita intransigente, como Duque, têm infinito tempo de antena para as suas "soluções": o desemprego, que, vejam lá, ainda não é um drama social por aí além, não subiu o suficiente para quebrar a resistência dos trabalhadores a diminuições dos salários e a muito mais (ontem no "noticiário" das 21h). Com Duque temos toda a coerência da distopia liberal.

Enfim, ter subscrito um manifesto redigido por António Borges garante horas sem fim na SIC-Notícias. Sem qualquer contraditório, claro. A falta de pluralismo mostra que há mesmo áreas da vida nacional que continuam intocáveis...

14 comentários:

Anónimo disse...

Quando diz que dificilmente poderia ser pior poderia explanar opiniões também sobre as outras personalidades, por favor?

Diogo disse...

Acabei de publicar um post de título «Para estoirar de vez com os bancos comerciais»

Abordo o pensamento de Murray N. Rothbard, o Fractional Reserve System e outros «truques bancários.

Defendo que a estatal Caixa Geral de Depósitos, devidamente gerida, pode destruir os outros bancos em Portugal.

Alguns dos distintos economistas deste blog me sabe apontar as falhas de raciocínio?

Para estoirar de vez com os bancos comerciais

João Dias disse...

Mário Crespo usa o caso Face Oculta para defender a agenda neoliberal. Acontece que este caso de corrupção, como muitos outros, reside no desvio ou agravamento de despesas para o erário público.

Que eu saiba, sendo a O2 de Manuel Godinho não é uma empresa pública, as empresas públicas são do Estado e não de pessoas singulares. Ou seja, a agenda de Mário Crespo cai por terra, porque aquilo que aconteceu foi uma empresa privada a subornar um gestor público com prejuízo do erário público.

E o que dirá Mário Crespo de estes fenómenos ocorrerem curiosamente por via de adeptos ideológicos do sector privado e da mercantilização do sector público. Mário Crespo quer transformar o problema em solução.

Anónimo disse...

ou....se não houvesse empresas com gestores públicos já o sucateiro não tinha feito o que fez , que os amorins e belmiros não gostam de e vigiam quem lhes possa roubar o dinheiro.

João Dias disse...

Amorins e Belmiros não gostam que lhes roubem dinheiro mas gostam de pagar baixos salários, de precariedade e "despedimentos preventivos". Há quem chame a isso "mercado", eu chamo roubalheira institucionalizada. Obter lucros fabulosos do trabalho dos outros e ainda pagar mal...para mim é roubalheira.

Qual era o gestor público do BPN que permitiu aquela trafulhice toda?

O meu caro conhece a expressão pôr as raposas a cuidar do galinheiro. São precisamente essas pessoas sérias, defensoras do privado e das "utopias dos mercados auto-regulados" que estão neste ramalhete de ilustres gatunos. Se eles estão no privado ou no público é lhes indiferente, no público tramam o contribuinte no privado tramam o consumidor e o trabalhador...

Anónimo disse...

então concordamos , acho : estamos , o mexilhão , lixados. é pescadinha de rabo na boca.

João Dias disse...

Acho que não concordamos, na medida em que eu não considero solução deixar tudo para o privado (Amorins e Belmiros) porque "eles cuidam bem do que é seu". Pelo contrário, acho que devemos lutar por serviços públicos e contra a empresarialização desses mesmos serviços. Eu quero mais democracia e menos "mercado" (quando falo em mercado falo na acepção capitalista do mesmo, eu defendo outros "mercados").

Unknown disse...

Este Crespo tem tanta seriedade como o papagaio da tasca da esquina.
Lembram-se quando o Crespo desempenhou o papel que lhe encomendaram de branquear o Pedro Caldeira, vítima coitado da captura pela polícia, depois de ter dado um golpe de milhões nos clientes da sua empresa de corretagem?
Nessa altura o ladrão era bonzinho!

Nuno disse...

Pobre crespo e os seus moinhos! Ainda hoje tem pesadelos da sova que levou na SICN na entrevista que fez ao Silva Pereira. Teve até direito a uma estocada final q o feriu de morte qdo em resposta ao "Foi um prazer" do Crespo o ministro retorquiu "Foi uma obrigação."

Anónimo disse...

mas qual sova é que o crespo levou?

Anónimo disse...

fui o primeiro a comentar, e gostava mesmo de peceber pq é que dificilmente o painel poderia ser pior. Gostava de ver descascados os outros convidados.

croky disse...

Este tipo de "quórum" à direita é coisa usual na SICN. Veja-se as "análises" aos debates nas eleições por exemplo ... é claro que os candidatos de esquerda, para este "quórum", estarão sempre atrás de qq candidato de direita. Patético e intragável. Tão chapado na cara que até mete nojo ! Pluralidade, imparcialidade ? Só quando dá jeito ou não dói.

Sinceramente, cada vez mais me apercebo que de como se tenta neste país impor uma ideologia de direita através da comunicação social.

Volta e meia lá se põem uma ou outro comentador da esquerda. Volta e meia, muito de vez em quando, que é para se dizer que se trata de uma estação plural. Tipo, quando a meia volta trás o Daniel Oliveira.

Plural "my ass" ...

Anónimo disse...

es um parvalhao

croky disse...

" Anónimo disse...

es um parvalhao"

Clap, clap, clap . Bato palmas de ironia à incapacidade de argumentar.

Ad Hominem para ti tb ...