segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Uns mais iguais que outros

Os islandeses, a quem já não bastava ter uma economia de rastos, começam a sentir agora as dores, antes reservada a gente menos loura, das condições dos empréstimos do FMI. Uma das "recomendações" passou pela subida do regressivo IVA para 25,5%. Aparentemente, a resistência popular já começou. Será que acaba com tanques nas ruas como na Bolívia de há uns anos?

O que é um pouco estranho é a forma como FMI aplica sempre a mesma receita recessiva de contracção da despesa e aumento de impostos, por mais que tenha sido criticado, pela esquerda e pela direita, pela sua actuação aquando da ainda recente crise financeira do Sudoeste Asiático (embora seja uma receita que parece ter muitos adeptos em Portugal). Mas, esperem. Afinal o FMI cedeu na sua ortodoxia. Para os países mais ricos e poderosos, o Fundo recomenda a continuação das políticas monetária e fiscal expansionistas. Contraditório? Só para quem não percebe quem é que manda.

3 comentários:

Luís Fonseca disse...

Alguma ideia sobre por que motivo quererá o FMI deixar países europeus na miséria?

Carlos Albuquerque disse...

No contexto actual parece-me que a esquerda anda distraída ao ignorar os problemas ligados ao défice. Por enquanto há vários países com problemas mas se não tomarmos medidas agora podemos ficar isolados e então podemos vir a ser tratados como a Islândia. Ora nesse caso já há quem se prepare para aproveitar essa futura e hipotética crise para propor privatizações generalizadas na saúde e educação. Não deveríamos ser muito mais prudentes? Estamos a endividar-nos aos bancos e ainda acabamos por lhes entregar os sistemas públicos para pagar essas dívidas.

Anónimo disse...

Este F.M.I., ou deverei dizer, os E.U.A e seus capangas há muito deveriam ter levado uma certidão de óbito nas ventas por total e completa esclerose multipla.
Se isso acontecesse estava encontrado o remédio para a grande maioria dos problemas que afligem este mundo.
Abaixo as privatizações que só enchem o c... aos gulosos.