terça-feira, 30 de novembro de 2010

Como é que esta 'monstruosidade' acaba?

"É irónico (e hipócrita) que a Alemanha critique os seus vizinhos, como a Grécia, ou os seus parceiros comerciais, como os EUA, pelo seu ‘despesismo’, mas dependa destes países ‘viverem acima das suas possibilidades’ para gerar um excedente comercial que permite que o seu governo tenha défices orçamentais mais baixos. A Zona Euro como um todo tem uma balança corrente aproximadamente equilibrada com o resto do mundo. Assim, a eurolândia é um jogo de soma nula: o excedente na balança corrente de um país é compensado pelo défice do vizinho (...) O segredo sujo da União Monetária é que os principais concorrentes da Alemanha foram trancados na união a taxas de câmbio irremediavelmente pouco competitivas, acentuando o domínio exportador Alemão e o seu modelo egoísta e mercantilista (...) Toda a estrutura da União Monetária é uma confusão. Os membros da Zona Euro estão encurralados numa monstruosidade monetária, incluindo a Alemanha. A Alemanha pode ocupar a suite presidencial, mas é a suite de uma espelunca. A UEM foi concebida em circunstância profundamente anti-democráticas (...) pelo que não é justo alargar a acusação de hipocrisia à Alemanha como um todo. No entanto, o povo alemão foi muito mal servido por tecnocratas elitistas como Wolfgang Schauble. Como um dos arquitectos da UEM no governo Kohl, ele tem algumas responsabilidades por esta abominável casa inacabada orçamental/monetária que não serve os interesses de ninguém.”

1 comentário:

Dias disse...

Já não há pachorra para ouvir os “especialistas”, estes e os outros, debitarem que “os portugueses viveram acima das suas possibilidades”, desde férias em Acapulco a compras de carros XPTO. Mas de que Portugal é que esta gente fala?

Afinal o mercado não era comum, esta construção assentou em premissas erradas. A EU é cada vez mais a Alemanha, que vai mexendo os cordelinhos, a troco de umas estadias na suite bruxelense. Com contrapartidas: mais recessão, cortes em prestações sociais, cortes nos salários dos “amigos de estimação”, que a flexibilidade para o desemprego já vem a caminho.
Farm der Tiere!

Entretanto, um professor de finanças, que se diz ter sido considerado bom aluno (por quem?), vai acenando com a cenoura da competitividade, inovação e educação. Para a desgraça.

PS: Ladrões, obrigado pela informação!