quinta-feira, 23 de junho de 2011

Governo ultraliberal

E se dúvidas houvesse quanto à natureza ultraliberal do novo Governo, elas foram eliminadas com a estrutura do executivo e com as escolhas dos ministros 'independentes'.

Octávio Teixeira

As escolhas dos Secretários de Estado também são esclarecedoras. Veja-se Pedro Martins, novo Secretário de Estado do (des)emprego, mais um fundamentalista de mercado no governo, dos que consideram, sem um mínimo de introspecção e com o economicismo grosseiro do tal ultraliberalismo, que as instituições públicas tendem a alimentar tendências intelectuais "anti-mercado", o quer quer que esse idealizado mercado signifique. De resto, vai ser toda uma política dita "pró-mercado" para tentar reduzir ainda mais força de trabalho ao estatuto de mercadoria descartável e de baixo custo, usando como pretexto o combate à "segmentação do mercado de trabalho". Trata-se, como já defendi, de dar tradução ao slogan de uma troika considerada, pelo próprio Martins, firme, mas não demasiado forte, nos cortes laborais: "vão trabalhar, malandros". É agir como se o desemprego fosse voluntário. Falharão estrepitosamente e os custos das suas utopias serão, uma vez mais, selectivamente socializados.

15 comentários:

Paulo Pereira disse...

É possivel existir em Portugal um governo mais ultra-liberal que o do Sócrates, que quase destruiu o Estado Social ?

L. Rodrigues disse...

No sentido em que um destroi, porventura, sem querer e outro, assumidamente, por querer...

Paulo Pereira disse...

Pois eu prefiro um governo que ainda não governou a um que quase destruiu o país.

Diogo disse...

Que a revolução não tarde! Que assassinos, impensados ou assumidos, sofram na carne os sacrifícios que impõem a outros.

Tomás Guevara disse...

Paulo Pereira prefere um que ainda não governou a um que quase destruiu o país.Paulo Pereira não saberá provavelmente que "quem
quase destruiu o país" fê-lo para cumprir o ideário dos que agora se aprestam para o destruir de vez

باز راس الوهابية وفتواه في جواز الصمعولة اليهود. اار الازعيم-O FLUVIÁRIO NO DESERTO disse...

o desemprego não é voluntário

mas aumenta a auto-estima do desempregado dar-lhe algo para fazer 2 ou 3 dias por semana 4 ou 5 horas por dia

assim ele pode procurar outro emprego ou ir a entrevistas no restante tempo

sente-se válido

e é preferível do que ir a cursos de formação de treta

ou gastar 2 horas em juntas de freguesia para carimbar papéis

sinceramente....ultra liberal

quantas vezes é que estes funcionários ou profissionais liberais que vivem das obras públicas

estiveram desempregados

0 zero?

e um gajo que tem uma prancha de surf não é propriamente um desempregado de luxo mas anda lá perto

em Julho je volta pró subsídio
se calhar fico até Junho
depende das medidas

باز راس الوهابية وفتواه في جواز الصمعولة اليهود. اار الازعيم-O FLUVIÁRIO NO DESERTO disse...

é que andar a pedir trabalho a directores gerais adjuntos da direcção sub-directores chefes de pessoal e sub-chefes que olham para o desempregado com sobranceria

causa-me engulhos

e não emigro porque já não preciso

descontei tenho direito

se o estado ou alguma empresa me quiser empregar ou dar trabalho para fazer a um terço ou a metade do subsídio actual até posso ir...

mas se não quiserem não vou alimentar as úlceras que já tenho

passar bien ó internut's

Paulo Pereira disse...

Esta esquerda que defende impostos elevados sobre o trabalho e que se borrifa para os 700 mil desempregados não tem nada a ensinar ao novo governo.

Vamos esperar para ver, mas estou convencido que o Passos vai ser de facto menos de direita que o Sócrates.

Tomás Guevara disse...

Continuo a afirmar o que disse já que a frase de paulo pereira sobre os impostos e a esquerda parece mais uma profissão de fé vetusta no chefe da ex CIP, do que um comentário adequado.E a reafirmação passa pelo seguinte: sócrates governou à direita,para a direita,com a direita.Teve o apoio dela e os grandes interesses económicos apoiaram-no,aplaudiram-no,bajularam-no.Tanto que o PSD quase desapareceu de cena,tal a intromissão no campo da direita dos interesses.Essa mesma direita dos negócios,do revanchismo,trauliteira resolveu que era a altura de tomar em mãos directamente o poder sem ser por interpostos actores,estes últimos já demasiado fatigados e queimados para os seus interesses.Conseguiu esconder as suas relações pornográficas com as crises e apresentou-se ocultando que era a mesma política que se perfilava,com tendências para o seu agravamanto.Pereira quer discutir questões de lana caprina."Quem é mais de direita".Talvez ele perceba o que disse quanto à governação do PS.Que no fundo escancarou ainda mais a porta para essa mesma direita.A neo-liberal,populista, com uma sede de vingança e de prestar serviço.Aos que sempre serviu

Paulo Pereira disse...

Eu continuo a afirmar que :

a) É praticamente impossivel este novo governo ser mais à direita que o do Sócrates por tudo o que já foi dito aqui.

b) Tenho a impressão que este governo vai ser mesmo mais à esquerda que o do Sócrates no que respeita à atenção que irá ser dada aos desempregados e pobres em geral

c) Essa direita radical que agita não tem expressão politica em Portugal

d) A esquerda portuguesa que está no PS em geral não quer saber dos desempregados nem dos pobres.
Está é interessada em gastar o dinheiro dos contribuintes.
A outra esquerda do BE e do PCP não faz a minima ideia do que fazer na actual conjuntura politico-economica.

Tomás Guevara disse...

Remete pereira com novas e profundas ideias.A principal?Achar que um governo de neo-liberais em que assentam lado a lado um encartado de nome passos coelho e outro renegado defensor da mui nobre visão de armas de destruição maciça ("ele jurou tê-las visto") pode ser um governo "mais à esquerda".Não se sabe quais os pressupostos de pereira mas ele tem fé.Onde a porca torce o rabo é a afirmação dada "à atenção que irá ser dada aos desempregados e pobres em geral".Aí começamos a desconfiar de água benta e de propaganda serôdia e tonta.Porque todos conhecemos o discurso de portas e as suas velhas demagogias próprias de xenófobos profundos sobre o tal rendimento mínimo.Porque todos conhecemos o velho slogan tão ao gosto dos companheiros de viagem de passos,de que é exemplo destacado Pedro martins,secretário de estado do emprego,do "ide trabalhar malandoros".E depois a afirmação sobre o desvelo com que este governo promete tratar os pobres faz lembrar o cheiro salazarento da caridadezinha tão ao gosto do nosso PR. Quanto ao emprego percebe-se que quem tem como mestre uma coisa chamada belmiro,o intermediário que seca tudo à sua volta ,qual imponente eucalipto e executor da mais miserável política de emprego de que há memória da parte de um passarão desta índole, não vai longe,já que o que quer é mão-de-obra barata e escrava.Depois há outro caso bicudo que é o do desemprego.Mas não foi este PSD,mai-lo PS. mai-lo PP que assinaram o acordo de traição com a troika?E esse acordo não implica o tornar mais fácil o desemprego e diminuir os custos para os patrões despedirem?Aí começamos a ver que a porca não torce só o rabo.Que estamos perante mais uma demagogia barata tão ao gosto dos que nos andaram tda a campanha eleitoral a esconder o pacto da traição.Sabemos que esta direita tem no seu cerne o revanchismo próprio de quem quer ajustar contas com a história.As provas vão sendo dadas pelos berros histéricos dos que andam por aí de andor na mão benzendo coelho e insultando tudo e todos.Os vampiros têm dificuldade em esconder-se.Diz pereira qualquer coisa sobre a direita radical.Veremos.Diz pereira sobre o dinheiro dos contribuintes esquecendo que o que esta direita quer é fazer os contribuintes portugueses e os trabalhadores em geral pagar por uma crise de que não foram responsáveis.(O contribuinte tem as costas largas como se vê...tão largas que os casos de verdadeiro assalto ao estado,como as nacionalizações selvagens são esquecidas e os lucros e ordenados pornográficos dos privatizados são ocultados pelos media venais e servis.Não vale a pena falar naquele banco que era apanágio de figuras gradas do PSD para relembrar o dinheiro doscontribuintes,pois não?)Ou seja o PS quer ,segundo as palavras doutas de pereira gastar o dinheiro dos contribuintes.O PSD mais o PP querem que o dinheiro dos contribuintes vá para os bolsos do grande poder financeiro e económico.Lindo.Um ultimo ponto a salientar no discurso caritativo de pereira.Sobre a "outra esquerda" a que não faz ideia do que fazer na actual conjuntura político-económica.Aqui há evidente confusão que só a afiliação partidária pode justificar.É que ao que parece é a outra esquerda a única que tem projectos para se poder sair da crise.O que irrita?É que já são insuspeitos economistas alguns da área do actual governo que dizem que assim não vamos lá.A história verá quem tem razao.Mas os esconsos ideológicos de pereira nãolhe deviam permitir dizer os primeiros disparates que lhe ensinaram nos noticiários do tio balsemão

Paulo Pereira disse...

Não é caridade que é preciso, mas sim empregos.

Baixar impostos (TSU) e custos financeiros às empresas que criem empregos.

Repovoar o interior e dinamizar a agricultura, através de fortes incentivos fiscais ao emprego.

Substituir importações de energia e de alimentos.

etc.

Tenho a impressão que este governo vai ter essa estratégia.

A esquerda anda a dormir, quer manter os impostos altos sobre o trabalho e quer manter o desperdicio e compadrio no estado.

Anónimo disse...

Sim é possivel haver em Portugal um governo ainda mais ultra-liberal que o do PS e Socrates, é o actual, o do PSD/CDS e PS(a troika interna) e da troika externa.
Só que este foi escolhido pelos portugueses - essa espécie estranha que habita este país e que gosta de sofrer e de preferência ás mãos de quem só lhe tem piorado, e de que maneira, o modo de vida, e só lhe tem dado sofrimento.
É incrivel que isto aconteça mesmo depois de verem a miséria que a direita, extrema-direita e os neo-liberais têm feito por esse mundo fora ( acompanhados, claro, pelos ditos socialistas).

Tomás Guevara disse...

Rectificação.Não são as "nacionalizações" selvagens ,mas sim as "privatizações" selvagens,como de resto o texto deixa adivinhar.Adiante
Quanto aos encómios dedicados pelo pereira ao gabinete de passos coelho o que dizer que possa abalar a fé e a ligação umbilical ideológica que une dois neo-liberais?Cheira um pouco mal esta propaganda balofa a coelho,tanto mais que o coitado do pereira tenta corrigir algumas das malfeitorias que os seus ídolos teimaram em fazer.Lembram-se de cavaco?O que destruiu a nossa agricultura ao serviço dos altos interesses da "comunidade europeia"?Lembram-se das privatizações da GALP e da EDP executadas pelos mesmos amigos do pereira e que retiraram do estado alavancas fundamentais para a sua intervenção na economia.?Lembram-se de quem levou ao despovoamento do interior, mercê do fecho de infra-estruturas vitais desde hospitais,centros de saúde.locais administrativos? (Agora até querem privatizar os CTT o que vai levar ao encerramento de postos dos correios no interior,função directa da lógica do lucro).E quanto ao famoso TSU o argumento da direita ainda não caiu por terra com a publicação sobre o efeito perfeitamente marginal da sua descida nas empresas que exportam,enquanto é um maná para os negócios do belmiro e do jerónimo martins?Que néscios são estes que querem prejudicar a viabilidade da segurança social?Que néscios são estes que querem que a taxa paga pelos patrões para a segurança social seja antes paga pelos portugueses em geral,à custa de mais impostos?E que dizer do slogan do desperdício e compadrio estatais. O desperdício e compadrio no estado sempre foi apanágio do bloco central.Uma das maiores iniquidades de tais rebentos foi a terrível promiscuidade entre os interesses políticos e os económicos.A estratégia de,enquanto governantes,darem cabo das melhores empresas estatais,para em seguida as privatizarem e irem posteriormente para lugares de topo dessas mesmas empresas assim privatizadas, é o melhor cartão de visita para apresentar o modus operandi da quadrilha.O tal desperdício e compadrio no estado são assim armas já bem usadas, bem conhecidas pelos estrategas do bloco central e do neo-liberalismo.Promovidos por eles,servem depois como alibi para as suas nojentas decisões governativas.Tal como ocorreu com as privatizações.Cheira mal?Fede.

Paulo Pereira disse...

Esta lenlagalenga repetitiva contra um governo que ainda não começou cheira mal.
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Parece tentativa de branqueamento do governo mais incompetente e irresponsável que o país teve que foi o do Sócrates, que quase levou o país à bancarrota e quase destruiu o estado social.
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O PS esteve no governo desde 1995, só com um intervalo de 2 anos e meio , parece que isto está esquecido !
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Insistir em impostos altos sobre o trabalho e em manter o RSI tem uma contrapartida por parte do beneficiário é um tiro no pé desta esquerda ignorante, e revela o desprezo pelos desempregados e pobres.