quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Pensar o nosso futuro pós-euro



Os economistas que dominam a opinião nos telejornais sabem muito bem que a austeridade inscrita no Memorando é recessiva. Contudo, preferem passar ao lado deste efeito perverso e apregoam as virtudes de uma imaginária "austeridade expansionista": sacrifícios inevitáveis por agora, mas uma economia a crescer sustentadamente daqui a uns anos. Por muito que insistam, a verdade é que esta política económica é uma fraude: além de não ter fundamento teórico credível, não há registo de que alguma vez tenha ocorrido sem o apoio da desvalorização cambial(1). É apenas ideologia neoliberal.

Da minha coluna no jornal i.

3 comentários:

Anónimo disse...

Nem sequer é neoliberal. Qualquer economista neoliberal estrangeiro diz claramente que Portugal tem de sair do Euro. Só em Portugal é que existe uma certa estirpe de economistas que ignora completamente a ciência económica quando toca à análise do MoU.

Maquiavel disse...

Só consigo pensar que vocês säo adeptos da teoria do "quanto pior, melhor". Esqueçam, os portugueses já estiveram no fundo (durante 48 anos) e näo se mexeram. Näo vai ser agora que mudam.

Se por mero acaso Portugal sai do Euro será o descalabro e iremos directamente para o nível da Albänia! Um país que importa até 60% do que come, como se pode pensar em sair do Euro? Querem que por milagre o pessoal vá todo cavar os campos (que bem precisam) ou que a frota pesqueira destruída reapareça inteira graças à Virge? Ou querem as indústrias de volta, quando os salários caírem para níveis chineses?

A sério, esclareçam-me!

Comparar com a Isländia?
Na Isländia há tecnologia, há Estado Social, há literacia, há espírito de comunidade. Por tudo isso é que a Islândia saiu por cima da crise.

Dentro da Euroländia häo países pequenos que näo estäo na situaçäo triste de Portugal. Finländia diz-vos algo? E sabem porquê? Porque lá para o Norte fazem-se orçamentos SUPERAVITÁRIOS sempre que possível, especialmente em tempo de vacas gordas. Sei bem que o conceito de "superavite orçamental" é do domínio da ficçäo científica no Sul da Europa, mas é isso que os permite estar por cima. Gasta-se o que se tem, para näo depender de credores. Os portugueses seguem o rumo oposto, e acham muita virtude em o défice ser "só" de 3%. Depois queixem-se.

Luís Lavoura disse...

Como é que posso saber o programa da conferência? E como é que me posso inscrever nela?