quinta-feira, 25 de abril de 2013

O presidente da troika

Em reacção ao discurso de Ano Novo de Cavaco, defendi que se tratava do presidente, com p pequeno, da troika e do seu governo. O discurso de hoje confirma-o à saciedade, já que Cavaco defendeu a tutela externa permanente, inscrita em regras europeias que impõem as políticas de austeridade e de neoliberalização permanentes “sejam quais forem os resultados das eleições”. Cavaco fez um discurso, no dia 25 de Abril, de ataque à democracia, à possibilidade do desenvolvimento, ao mesmo tempo que defendeu a continuação de relações de dependência que tornam o D de descolonização, como o Nuno Teles aqui assinalou há um ano, cada vez mais desafiante para os que querem alternativas à política de um presidente e de um governo cuja força cá dentro está hoje sobretudo lá fora, na troika e no que se lhe seguirá se tudo ficar como está no campo monetário e para lá dele. De resto, este discurso só pode surpreender quem já não se lembra da economia política e moral do cavaquismo, a que oscilou entre Dias Loureiro e Maastricht...

3 comentários:

Anónimo disse...

Uma vergonha.
O exemplo- podemos acrescentar outros governantes - parece dar razão aos que advogam que um líder, só excepcionalmente, se encontra entre os herdeiros de gerações presas ao servilismo.
Cavaco herdeiro genético de gerações de cavadores só está programado para cavar a ruína deste País.

Anónimo disse...

anónimo 12:53:
Não podia estar mais de acordo.
Acrescento apenas que, face a tudo isto - Cavaco e Governo e respectivos capangas e apoiantes - não vejo qualquer necessidade da existência dum Governo e dum Presidente.
É que assim ao nivel da UE (esta malfadada e hoje odiada UE), qualquer director-regional aqui colocado ( de preferência com o acordo dos Alemaes( nazis e caloteiros), serve para mandar nisto.
Para quem é anti-politico, como Cavaco sempre se tem considerado, não há dúvida que se tem orientado muito bem.
Outra coisa, aliás, não se podia esperar de semelhante pessoa, atento ao seu historial.
Apontar semelhante pessoa como referência moral dum país - como alguns comentadores de serviço costumam fazer - MFLeite; Marques Mendes, M.R de Sousa e outros tantos) é gozar connosco.

João Carlos Graça disse...

Caro João Rodrigues
Se o Nuno Teles há um ano já tinha mais do que razão (e obviamente tinha), a questão central é: o que é que ainda estamos a fazer aqui? Ou seja: "aquele que vê ao que se chegou, que há aí, ainda, que o retenha?"
Posto de outro modo: para além do criminoso "arco da governação" (em que todos, PSD, PP e PS, são responsáveis POR IGUAL), também a "esquerda propriamente dita", isto é, o BE e a CDU, corre um gravíssimo risco de ser OBJECTIVAMENTE RESPONSÁVEL, OBJECTIVAMENTE CONIVENTE com este estado de coisas, dado não apontar a si mesma e à população em geral o "que fazer?" central: para começar, sair quanto antes da UEM.
Aliás, não só tendem a ser indulgentes para o com o europeísmo realmente existente, como, em particular, o Bloco tem uma atitude delirante/criminosa de oposição oficial à saída da UEM.
Ergo: lamento, mas trata-se dum mero trompe l'oeil, dum simples SIMULACRO pós-modernoso de oposição, não duma verdadeira oposição.
Porquê e como chegámos tão baixo? Sinceramente, não sei. Mas acho, em todo o caso, que devíamos levantar-nos tão cedo quanto possível.
Não o fazer contribui, entre outras várias consequências negativas, para alimentar os ódios intraeuropeus (vide comentários supra).
Ao menos em nome disso, era menos mau que compreendessem finalmente a urgência da rotura, c'os diabos!