terça-feira, 8 de outubro de 2013

Da desordem económica

Sabemos a influência que as expectativas desempenharam na composição recessiva que enfrentámos em 2012 (...) Numa altura em que estamos nas vésperas de apresentar o OE para 2014, que traduz os compromissos que assumimos com os nossos credores internacionais (...), é evidente que a execução das medidas previstas podem gerar novo choque de expectativas (...) Espero que este congresso seja uma forma de colocar de lado as falsas ideias – e ajudar a um reposicionamento das expectativas dos portugueses.

Excertos da intervenção de Passos Coelho na abertura de mais um congresso dos economistas bem ordenados. É impressionante como retórica, políticas e interesses alinham pelo mesmo diapasão com Passos. Esteve à altura da ocasião. Entre Passos, Carlos Costa, Daniel Bessa ou Rui Leão Martinho, entre a austeridade e o dogmatismo mais estruturais e o pensamento mágico do crescimento ali e da austeridade acolá, não sei se este congresso pouco plural reposiciona o que quer que seja, mas tenho a expectativa que ilustrará pela enésima vez o domínio da sabedoria económica convencional que ajudou a gerar a crise. De resto, é curioso que o bastonário da tal ordem dos economistas diga que “a evidência dada aos economistas tem sido excessiva”. De facto, aos economistas das variedades de austeridade evidência é coisa que não tem faltado...

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